No lindo mundo submarino onde morava o corajoso Tição, que era
um cavalo – marinho, nadava também o Golfinho que queria ser pássaro.
Aliás, era lá que crescia e brincava com os seus amigos Golfinhos, tal
como fazia o Tição com os outros cavalos - marinhos. Juntos galopavam
pelos vales de areia branca e fina, onde existiam também grandes
montanhas de coral e rochas.
Certo
dia, a manada de pequenos cavalos-marinhos foi tomar o pequeno-almoço
na pastagem de algas verdes, como sempre. O Golfinho decidiu ir saborear
as diferentes algas e encontraram-se. O Tição quis experimentar a alga
com sabor a café, porque o seu aroma o despertou. O do Golfinho era voar como um pássaro, já que sentia que o seu
bico laranja, o seu corpo e o seu olhar eram de pássaro. O do Tição era
ultrapassar o limite do enorme espaço que tinha para nadar e brincar
com os seus amigos marinhos. O limite foi marcado pelos pais de Tição,
mas a curiosidade dele era tão grande que desafiou os seus colegas de
brincadeira a visitarem «O Vale de Coral Negro».
Depois
da conversa, cada um deles ficou a conhecer os sonhos do outro. O Tição
ficou contente com a transformação do Golfinho e este, apesar de
discordar da desobediência aos pais, entendeu que o ditado popular «O
fruto proibido é o mais apetecido» se espelha neste desejo de Tição.
Antes
de partirem, o Golfinho apresentou o Bando da Liberdade e o Tição
apresentou a sua recente namorada, a Rainha, que o via sempre como um
ser cheio de qualidades, embora fosse muito escuro.
É caso para dizermos que nem todos conseguem ver as maravilhas dos outros, mesmo com os olhos fechados…
Fonte:http://olivrodolivro.blogspot.com.br/2012/02/dois-novos-amigos-ticao-e-golfinho.html